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Jornalista |
É que,
por força da ascensão da Internet e do desenvolvimento do World Wide Web,
assiste-se à migração dos meios tradicionais para o digital e ao surgimento de
várias publicações nativas.
Estas
tendências levam vários autores e estudantes de jornalismo a falar de uma nova
modalidade jornalística, em eminente diálogo com a tecnologia – o
webjornalismo, jornalismo online ou digital, sendo ciberjornalismo a designação
mais usada entre académicos e profissionais, na comunidade lusófona, em que
Cabo Verde está inserido.
De
facto, à medida que o mercado tecnológico amplia a gama de inovações, novas
possibilidades de produção e distribuição de conteúdos se afiguram para o
jornalismo, a nível mundial, de tal maneira que a atividade tem-se redesenhado
ao ritmo da tecnologia.
Mas em Cabo Verde parece que o jornalismo está
parado no tempo e que os profissionais dos média ignoram o papel central que a
internet e a tecnologia assumiram na redefinição das práticas jornalísticas.
Acredito
que já é hora de nós jornalistas, assumirmos esta mentalidade em Cabo
Verde. Que os nossos sites de notícias
deixem de ser apenas lugares onde são transpostas notícias do papel.
O jornalismo online é mais do que isso, é a
convergência entre o texto, o som, o vídeo, a fotografia e até mesmo
infográficos. Enfim, acredito que o nosso jornalismo está sendo desafiado a
reinventar-se, no sentido de oferecer aos cidadãos novas experiências de
consumo informativo e de estabelecer com eles um diálogo mais efetivo.
São
precisas reportagens interativas, capazes de potenciar o nível de atividade dos
leitores que, desta forma, se tornam protagonistas de processos de leitura
singulares, pelos quais reconstroem as histórias, à medida da sua subjetividade.
Precisa-se
de trabalhos jornalísticos onde cada leitura poderá representar a construção de
um caminho multimédia único, orientado para os detalhes ou pontos fortes da
narrativa jornalística.
É
claro que o sucesso do webjornalismo deve, por isso, passar pela preparação dos
jornalistas para a nova realidade digital, através da formação de profissionais
capazes de interpretar e produzir conteúdos que integrem as especificades da
linguagem da Web.
Este parece-me ser o caminho para a inovação
da oferta jornalística, assim como para o desenvolvimento de um modelo de
negócio capaz de garantir a sustentabilidade do setor.
Por:
Geremias Furtado
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