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quinta-feira, 18 de maio de 2017

O Jornalismo em Cabo Verde: aquém do desejado

Qualquer um menos desatento não tem como não perceber que o jornalismo que se pratica em Cabo Verde é ainda pobre e apresenta muitas fragilidades.
Estudante de Jornalismo

 Se bem analisarmos, temos um histórico e cenário pouco animadores no que diz respeito ao tipo de jornalismo que aqui vigora. Os problemas são enormes e não há como escondê-los.
As dificuldades maiores refletem na sustentabilidade dos meios de comunicação, na inexistência de periódicos diários e na pouca expressividade que é o jornalismo investigativo.

Efetivamente, o trabalho dos jornalistas cabo-verdianos carece de mais incentivos, de mais investigação e de menos “jornalismo de secretária”.

Em outras paragens, refiro-me às grandes referências europeias, há um jornalismo forte, baseado na investigação, onde os jornalistas estão em todos os lugares, menos sentados sistematicamente na redação, à espera que algo aconteça para ser noticiado.

Sendo um tanto quanto radicalista nas minhas ideias, ouso afirmar que o que temos em Cabo Verde é ainda um projeto de jornalismo. Para já, como é que é possível, há 177 anos de existência de imprensa escrita no país e nunca ter havido sequer um único jornal diário? Vamos refletir!

A questão da censura ainda é visível no jornalismo que aqui se pratica. Não a mesma censura que outrora os meios de comunicação estiveram sujeitos, mas sim uma “auto- censura” que o próprio jornalista se submete.

Por motivos vários, os jornalistas se auto censuram e inibem-se de publicar certos conteúdos, qua a seu ver, poderia prejudicar terceiros e os seus interesses.  Pergunto: o que é feita da liberdade que lhes é concedida? Não me compete responder, pelo menos não por agora.

É quase que inacreditável e custa muito pensar que se não houvessem outras formas de nos informarmos, a nossa opinião nunca estaria completamente formada. Sempre estaria pela metade, segundo o formato como somos informados.

Em suma, torna-se mesmo de extrema importância pensar e repensar sobre a forma como se faz jornalismo, em Cabo Verde. Sendo considerado o quarto poder na sociedade, deveria assumir uma outra postura e justificar o seu poder.


Oxalá as novas gerações saibam fazer diferente e que possam mudar o cenário fastidioso em que o jornalismo cabo-verdiano se encontra ancorado. 
Por: Vadimila Borges

3 comentários:

  1. ....nunca ter havido sequer um único jornal diário?"... trens certeza? Já trabalhei num diário aqui em Cabo Verde. Pelos vistos precisamos mesmo de investigação.

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    1. Caro Oldemiro Moreira, investigação no meu curso, graças a Deus, é o que mais fazemos! Tenho conhecimento de que, há algum tempo, já houve publicações periódicas, no entanto, durante um curto período, aqui no país. E não era propriamente um diário, publicava-se de 2ª à 6ª feira e feriava aos fins-de-semana. Talvez o seu conceito de diário devesse ser revisto. Publicar durante 15 dias e deixar de levar às bancas durante 15 anos, equivale a dizer que nunca existiu! O que houve, foram tentativas e "projeto" de periódicos diários. Sejamos sinceros, meu caro.

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